segunda-feira, 29 de junho de 2009

ACOMPANHAMENTO E PLANTÃO PEDAGÓGICO NO MUNICIPIO DE PORTO ESPERIDIÃO.


O que é letramento ?

O QUE É LETRAMENTO?

Um texto da professora Magda Becker Soares, que fala sobre as diferenças entre letramento e alfabetização. Ela destaca a importância do aluno ser alfabetizado em um contexto onde leitura e escrita tenham sentido. Publicado no jornal Diário do Grande ABC em 29 de agosto de 2003.

Letrar é mais que alfabetizar,é ensinar a ler e escrever dentro de um contexto onde a escrita e a leitura tenham sentido e façam parte da vida do aluno. Magda Becker Soares, professora titular da Faculdade de Educação da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e doutora em educação, explica que ao olharmos historicamente para as últimas décadas, poderemos observar que o termo alfabetização, sempre entendido de uma forma restrita como aprendizagem do sistema da escrita, foi ampliado. Já não basta aprender a ler e escrever, é necessário mais que isso para ir além da alfabetização funcional (denominação dada às pessoas que foram alfabetizadas, mas não sabem fazer uso da leitura e da escrita). O sentido ampliado da alfabetização, o letramento, de acordo com Magda, designa práticas de leitura e escrita. A entrada da pessoa no mundo da escrita se dá pela aprendizagem de toda a complexa tecnologia envolvida no aprendizado do ato de ler e escrever. Além disso, o aluno precisa saber fazer uso e envolver-se nas atividades de leitura e escrita. Ou seja, para entrar nesse universo do letramento, ele precisa apropriar-se do hábito de buscar um jornal para ler, de freqüentar revistarias, livrarias, e com esse convívio efetivo com a leitura,

apropriar-se do sistema de escrita. Afinal, a professora defende que, para a adaptação adequada ao ato de er e escrever, “é preciso compreender, inserirse, avaliar, apreciar a escrita e a leitura”. O letramento compreende tanto a apropriação das técnicas para a alfabetização quanto esse aspecto de convívio e hábito de utilização da leitura e da escrita.

Apropriação do sistema de escrita

Uma observação interessante apontada pela educadora Magda Soares diz respeito à possibilidade de uma pessoa ser alfabetizada e não ser letrada e vice-versa. “No Brasil as pessoas não lêem. São indivíduos que sabem ler e escrever, mas não praticam essa habilidade e alguns não sabem sequer preencher um requerimento.” Este é um exemplo de pessoas que são alfabetizadas e não são letradas. Há aqueles que sabem como deveria ser aplicada a escrita, porém não são alfabetizados. “Como no filme Central do Brasil – alguns personagens conheciam a carta, mas não podiam escrevê-la por serem analfabetos. Eles ditavam a carta dentro do gênero, mesmo sem saber escrever. A personagem principal, a Dora (interpretada pela atriz Fernanda Montenegro), era um instrumento para essas pessoas letradas, mas não alfabetizadas, usarem a leitura e a escrita. No universo infantil há outro bom exemplo: a criança, sem ser alfabetizada, finge que lê um livro. Se ela vive em um ambiente literário, vai com o dedo na linha, e faz as entonações de narração da leitura, até com estilo. Ela é apropriada de funções e do uso da língua escrita. Essas são pessoas letradas sem ser alfabetizadas.”

Contexto Social

Para Magda, um grave problema é que há pessoas que se preocupam com alfabetização sem se preocupar com o contexto social em que os alunos estão inseridos. “De que adianta alfabetizar se os alunos não têm dinheiro para comprar um livro ou uma revista?” A escola, além de alfabetizar, precisa dar as condições necessárias para o letramento. A educadora faz uma critica ao Programa Brasil Alfabetizado, do Ministério da Educação que prevê a alfabetização de 20 milhões de brasileiros em quatro anos. Para ela, o programa irá, na melhor das circunstâncias, minimamente alfabetizar as pessoas num sentido restrito. “Onde elas aprendem o código, a mecânica, mas depois não saberão usar.” Um ponto importante para letrar, diz Magda, é saber que há distinção entre alfabetização e letramento, entre aprender o código e ter a habilidade de usá-lo. Ao mesmo tempo que é fundamental entender que eles são indissociáveis e têm as suas especificidades, sem hierarquia ou cronologia: pode-se letrar antes de alfabetizar ou o contrário. Para ela, essa compreensão é o grande problema das salas de aula e explica o fracasso do sistema de alfabetização na progressão continuada. “As crianças chegam no segundo ciclo sem saber ler e escrever. Nós perdemos a especificidade do processo”, diz.A educadora argumenta que a criança precisa ser alfabetizada convivendo com material escrito de qualidade. “Assim, ela se alfabetiza sendo, ao mesmo tempo, letrada. É possível alfabetizar letrando por meio da prática da leitura e escrita.” Para isso, Magda diz ser preciso usar jornal, revista, livro. Sobre as antigas cartilhas que ensinavam o ‘Vovô viu a uva’, a educadora afirma que muitas crianças nunca viram e nem comeram uma uva. “Portanto, é necessária a prática social da leitura que pode ser feita, por exemplo, com o jornal, que é um portador real de texto, que circula informações, ou com a revista ou, até mesmo, com o livro infantil. Tem que haver uma especificidade, aprendizagem sistemática seqüencial, de aprender.”

A professora Magda Soares afirma que o PNLD (Programa Nacional do Livro Didático), desenvolvido pelo MEC (Ministério da Educação), é excelente porque “avalia o livro didático segundo critérios sensatos”. Mas ela enfatiza que na alfabetização e letramento há um problema a ser resolvido. “As cartilhas desapareceram do mercado. Não se fala mais em cartilha, fala-se em livro de alfabetização. Mas com o desaparecimento das cartilhas, praticamente desapareceu também o conceito de método. Não é possível ensinar a ler e escrever, ou qualquer coisa em educação, sem um método. Há poucos livros de alfabetização que tenham uma organização metodológica para orientar professores e crianças envolvidos neste processo de aprendizagem. Os professores usam precariamente os livros de que dispõem ou buscam as cartilhas nas prateleiras da biblioteca da escola.”

Para todas as disciplinas

Outro fato destacado por Magda é que o letramento não é só de responsabilidade do professor de língua portuguesa ou dessa área, mas de todos os educadores que trabalham com leitura e escrita. “Mesmo os professores das disciplinas de geografia, matemática e ciências. Alunos lêem e escrevem nos livros didáticos. Isso é um letramento específico de cada área de conhecimento. O correto é usar letramentos, no plural. O prof
essor de geografia tem que ensinar seus alunos a ler mapas, por exemplo. Cada professor, portanto, é responsável pelo letramento em sua área.” Em razão disso, a educadora diz acreditar que é preciso oferecer contexto de letramento para todo mundo. “Não adianta simplesmente letrar quem não tem o que ler nem o que escrever. Precisamos dar as possibilidades de letramento. Isso é importante, inclusive, para a criação do sentimento de cidadania nos alunos.”

ACOMPANHAMENTO E PLANTÃO PEDAGÓGICO NO MUNICIPIO DE PORTO ESPERIDIÃO.


ACOMPANHAMENTO E PLANTÃO PEDAGÓGICO NO MUNICIPIO DE PORTO ESPERIDIÃO.


ACOMPANHAMENTO E PLANTÃO PEDAGÓGICO NO MUNICIPIO DE PORTO ESPERIDIÃO.


ACOMPANHAMENTO E PLANTÃO PEDAGÓGICO NO MUNICIPIO DE PORTO ESPERIDIÃO.






ACOMPANHAMENTO E PLANTÃO PEDAGÓGICO NO MUNICIPIO DE PORTO ESPERIDIÃO.



ACOMPANHAMENTO E PLANTÃO PEDAGÓGICO NO MUNICIPIO DE PORTO ESPERIDIÃO.



ACOMPANHAMENTO PEDAGÓGICO NA:
ESCOLA MUNICIPAL BARÃO DO RIO BRANCO COMUNIDADE ASA BRANCA
ESCOLA MUNICIPAL TEODORO DUARTE VILA CARDOSO
ESCOLA MUNICIPAL SÃO JUDAS TADEU COMUNIDADE POSTINHO
ESCOLA MUNICIPAL SANTO ANTONIO ALTO GUAPEÍ
ESCOLA LILA HILL DE SOUZA VILA PICADA
ESCOLA MUNICIPAL MARIA GREGÓRIA PORTO ESPERIDIÃO
ESCOLA ESTADUAL 13 DE MAIO PORTO
ESCOLA ESTADUAL PEDRO NECA
ESCOLA MUNICIPAL SÃO GERALDO

domingo, 21 de junho de 2009

COERENCIA E COESÃO TEXTUAL:QUESTÕES DE GÊNERO


Autora: Roselene dos Anjos

O que queremos mesmo dizer quando afirmamos que um texto ou um trecho dele está incoerente? E quando constatamos que a coesão está prejudicada em determinado trecho? No trabalho com os alunos em sala de aula, é preciso mostrar onde estão os problemas e, sobretudo, indicar possibilidades e pistas de como eles podem ser resolvidos. Esta é a questão que pretendemos começar a discutir aqui, buscando apontar como a coerência e a coesão devem ser avaliadas e estudadas com base na perspectiva dos gêneros textuais.

Dizemos que um texto é coerente quando percebemos a existência de uma amarração planejada entre as partes que o compõem, amarração esta que estabelece uma interdependência semântica: relação entre o sentido de cada uma das partes e o sentido geral do texto. Em outras palavras, a coerência está diretamente ligada à compreensão do sentido geral de um texto, isto é, à possibilidade de interpretação daquilo que se diz, escreve, ouve etc., sendo o que nos possibilita identificar se há uma unidade de sentido no texto.

Um dos mecanismos responsáveis pela interdependência entre as partes de um texto, isto é, por sua unidade de sentido, é a coesão: a ligação que se estabelece entre suas partes. Contribuem para estabelecer estas relações e ligações os elementos de natureza gramatical (como os pronomes, conjunções, preposições, categorias verbais), de natureza lexical (sinônimos, antônimos, repetições) e mecanismos sintáticos (subordinação, coordenação, ordem dos vocábulos e orações).

A coerência e os mecanismos de coesão não funcionam sempre da mesma forma em todos os textos, pelo contrário, se manifestam distintamente nos diferentes gêneros textuais, condicionados pela situação de produção. Vejamos rapidamente alguns exemplos.

Nos gêneros que se agrupam na ordem do narrar, a coerência existe, sobretudo, em função da organização temporal, isto é, do modo como se marca o tempo dos acontecimentos narrados. Mas esta organização está sujeita às especificidades do gênero. Por exemplo, em um conto de assombração, os elementos coesivos acionados para garantir a unidade de sentido são distintos daqueles mobilizados para a construção de um conto de fada: a introdução da narrativa, a seleção dos fatos a serem narrados, o foco nos elementos de cenários e na caracterização de personagens (seus gestos, suas feições, seu modo de ser e agir) são elementos que precisam estar adequados à finalidade do texto, ao efeito de sentido que se quer promover.

No caso do conto de assombração, estes aspectos devem estar voltados para o clima de assombro e tensão que caracteriza este gênero. As construções “era uma vez” e “em um reino encantado”, características de um conto de fadas, tornam-se inconsistentes para o conto de assombração, que tem como um dos fatores essenciais de sua organização a necessidade de construir a credulidade do leitor, definindo tempos e lugares com uma certa precisão.

Em muitos casos, a incoerência ou inconsistência de um texto decorre da inabilidade de selecionar o que é relevante para a situação de produção: um conto de assombração que se demora na descrição de alguns detalhes que não contribuem para a criação do clima de medo, por exemplo, pode perder o foco e tornar-se, se não incoerente, improdutivo para o gênero pretendido. Muitas vezes é este o problema que detectamos nos textos dos nossos alunos, sendo preciso mostrar a eles que a unidade de sentido a ser trabalhada no texto está diretamente relacionada com as características e as condições de produção exigidas pelo gênero.

Nos textos que se agrupam na ordem do argumentar, a coerência se constrói fundamentalmente pela ordenação lógica das idéias. Sabemos que há conectores específicos para expressar as diferentes articulações sintáticas - causa, finalidade, conclusão, condição etc – e que tais elementos devem ser usados adequadamente, de acordo com a relação que se quer exprimir ao desenvolver uma argumentação. Sabemos também que estes articuladores exigem a adequação dos tempos e modos verbais para funcionarem de maneira eficiente e possibilitar a coerência. Todos estes conhecimentos são fundamentais para o trabalho com a argumentação. Entretanto, saber isto não é suficiente para construir uma boa argumentação nos diferentes gêneros circunscritos neste grupo.

Convencer um conjunto de leitores de um artigo de opinião, por exemplo, é muito diferente do que convencer um interlocutor específico em uma carta reivindicatória. As estratégias argumentativas a serem mobilizadas para um e para outro caso se distinguem e precisam levar em conta elementos da situação de comunicação específica. Numa carta dirigida a um prefeito, por exemplo, argumentos que apelem para a sua condição de representante do povo e responsável pelo bem público podem e devem ser utilizados, mas é incoerente mobilizar este tipo de argumento quando o que se pretende é dialogar com um interlocutor que precisa ser convencido e chamado para o seu lugar de cidadão. Neste último caso, pode ser uma boa estratégia, trazer para o texto a voz de um cidadão que fala de igual para igual. Isto significa dizer que a coerência de um e de outro texto precisa ser definida não pelos argumentos em si, mas pelo seu funcionamento em cada situação comunicativa.

É por este motivo que vale a pena mostrar aos alunos a maneira como estes mecanismos funcionam no interior dos textos. Mas como é mesmo que isto pode ser feito?

Certamente esta pergunta não encontrará resposta desejável e produtiva se a opção for fazer os alunos decorarem uma interminável lista de conjunções coordenativas e subordinativas . A compreensão do funcionamento das conjunções, de seu sentido, de sua função argumentativa, das relações que estabelecem entre as idéias em um editorial ou em uma carta aberta é que pode evitar os períodos incoerentes do ponto de vista sintático, semântico e principalmente, do ponto de vista da situação comunicativa que se pretende.

Se o professor quer que seus alunos produzam textos coerentes e coesos, é preciso mostrar o funcionamento destes mecanismos na situação de produção específica em que o texto está inserido. Somente desta maneira o aluno vai se familiarizar com novas aquisições lingüísticas e perceber que solucionar um problema de coerência ou coesão em um texto não significa simplesmente trocar uma palavra, substituir ou modificar um conectivo, nem adequar os tempos verbais, trata-se, antes de mais nada, de perguntar sobre os elementos que envolvem sua produção.

Antes do ponto final

São muito comuns reclamações como não sei pontuar, não sei usar vírgulas... Estas dificuldades decorrem quase sempre da idéia de que as regras são rígidas e funcionam em quaisquer situações de produção. Muito mais produtivo do que insistir em regras é aliar o ensino da pontuação ao ensino dos mecanismos de coerência e coesão, mostrando a importância dela para o estabelecimento do sentido do texto em determinadas situações comunicativas. Assim como podemos usar conectores e outros elementos de coesão para articular vocábulos ou orações e indicar as relações existentes entre eles, os sinais de pontuação também contribuem para a "costura" do texto, orientando o leitor para a construção do sentido.

sábado, 13 de junho de 2009


Querida Milts,
parabéns pelo trabalho.
não se esqueça de postar esses trabalhos em seu blog.
Formate esses relatos e me envia como anexo.
Abraços.
Prof. Mau


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From: stliml@hotmail.com
To: prof.mau@hotmail.com
Subject: TERCEIRA OFICINA DO GESTAR II DE LINGUA PORTUGUESA DE GLORIA D' OESTE E PORTO ESPERIDIÃO MT
Date: Fri, 12 Jun 2009 19:07:35 +0000

BOA TARDE PROFESSOR MAURICIO!!!

A PRIMEIRA E SEGUNDA OFICINA DO GESTAR II DE LINGUA PORTUGUESA DOS MUNICIPIOS DE GLORIA E PORTO FOI MINISTRADA PELA COORDENADORA DO GESTAR II DE GLORIA D'OESTE, PORÉM POR EXCESSO DE TRABALHO ELA PRECISOU DESISTIR E A PARTIR DE ENTÃO EU ASSUMI, POR ISSO A TERCEIRA OFICINA (TP4), FOI MINISTRADA POR MIM, QUE TAMBÉM SOU A FORMADORA DOS CURSISTAS DO MUNICIPIO DE SÃO JOSÉ DOS QUATRO MARCOS- MT, ( A TERCEIRA E AS OUTRAS SERÃO MINISTRADAS POR MIM), VISTO QUE AGORA ALÉM DE FORMADORA DO GESTAR II DE LINGUA PORTUGUESA, NO MUNICIPIO DE SÃO JOSÉ DOS QUATRO MARCOS -MT, PELA REDE MUNICIPAL DE ENSINO, SEREI TAMBÉM FORMADORA DOS MUNICIPIOS DE GLORIA D'OESTE E PORTO ESPERIDIÃO, PELA REDE ESTADUAL .PORTANTO ESTOU LHE ENVIANDO TAMBÉM O RELATÓRIO DESSA TERCERIA OFICINA OCORRIDA EM PORTO ESPERIDIÃO, ATENDENDO AOS CURSISTAS DESSE MUNICIPIO E TAMBÉM DE GLORIA D'OESTE.(SÃO 22 CURSISTAS QUE ORA SE REUNEM GLORIA,ORA EM PORTO)


NA TERCEIRA OFICINA DO GESTAR E PRIMEIRA MINISTRADA POR MIM, ME APRESENTEI AOS CURSISTAS, REALIZAEI UMA DINAMICA E ESCLARECI ALGUMAS DÚVIDAS SOBRE O PROGRAMA, PORTFOLIO E PROJETO. EM SEGUIDA DEMOS INICIO A TERCEIRA OFICINA QUE ERA SOBRE O TP4.ESSA OFICINA TEVE DURAÇÃO DE OITO HORAS E ACONTECEU NO DIA 05/06/2009, NOS PERIODOS MATUTINO E VESPERTINO. ALGUMAS PROFESSORAS SOCIALIZARAM SUAS EXPERIENCIAS, ONDE OS CURSITAS PARTICIPARAM DANDO OPINIÕE E CITANDO FATOS MARCANTES DURANTE A TRANSPOSIÇÃO DIDÁTICA, FOI QUESTIONADO A QUE GENERO TEXTUAL PERTENCIA O TEXTO CIRCUITO FECHADO DE RICARDO RAMOS E TAMBÉM SUGERIDAS VÁRIAS ATIVIDADES A SEREM TRABALHADAS EM SALA DE AULA COM ESSA CRÔNICA. EM SEGUIDA REALIZAMOS A OFICINA ONDE ESTÁ O SENTIDO DO TEXTO,DEPOIS LEMOS E REFLETIMOS O TEXTO FOME E VONTADE DE LER. REALIZAMOS A DINAMICA DO COMPLEMENTO E DISCUTIMOS A IMPORTANCIA DA INTERAÇÃO ENTRE ALUNOS E ALUNOS; PROFESSORES E ALUNOS;FORMADORES,DIRETOR,COORDENADOR E CURSISTAS. FOI TAMBÉM UMA OFICINA MARAVILHOSA, ONDE REUNIU PROFESSORES DA ZONA RURAL E URBANA E PUDERAM ESTAR SOCIALIZANDO ATIVIDADEWS REALIZADAS EM DIFERENTES REALIDADES. OS PROFESSORES CURSISTAS SÃO MUITO DEDICADOS E COMPROMISSADOS, O QUE FACILITA MUITO O TRABALHO DO FORMADOR. PARA ENCERRAR TRABALHAMOS OS DITADOS, REPRESENTADOS COM A LINGUAGEM NÃO-VERBAL, O QUE GEROU UMA DISCUSSÃO MUITO INTERESSANTE SOBRE A LEITURA DE IMAGENS. SEGUE FOTOS DO ENCONTRO.GRANDE ABRAÇO.

Querida Milts,
parabéns pelo trabalho.
não se esqueça de postar esses trabalhos em seu blog.
Formate esses relatos e me envia como anexo.
Abraços.
Prof. Mau


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To: prof.mau@hotmail.com
Subject: TERCEIRA OFICINA DO GESTAR II DE LINGUA PORTUGUESA DE GLORIA D' OESTE E PORTO ESPERIDIÃO MT
Date: Fri, 12 Jun 2009 19:07:35 +0000

BOA TARDE PROFESSOR MAURICIO!!!

A PRIMEIRA E SEGUNDA OFICINA DO GESTAR II DE LINGUA PORTUGUESA DOS MUNICIPIOS DE GLORIA E PORTO FOI MINISTRADA PELA COORDENADORA DO GESTAR II DE GLORIA D'OESTE, PORÉM POR EXCESSO DE TRABALHO ELA PRECISOU DESISTIR E A PARTIR DE ENTÃO EU ASSUMI, POR ISSO A TERCEIRA OFICINA (TP4), FOI MINISTRADA POR MIM, QUE TAMBÉM SOU A FORMADORA DOS CURSISTAS DO MUNICIPIO DE SÃO JOSÉ DOS QUATRO MARCOS- MT, ( A TERCEIRA E AS OUTRAS SERÃO MINISTRADAS POR MIM), VISTO QUE AGORA ALÉM DE FORMADORA DO GESTAR II DE LINGUA PORTUGUESA, NO MUNICIPIO DE SÃO JOSÉ DOS QUATRO MARCOS -MT, PELA REDE MUNICIPAL DE ENSINO, SEREI TAMBÉM FORMADORA DOS MUNICIPIOS DE GLORIA D'OESTE E PORTO ESPERIDIÃO, PELA REDE ESTADUAL .PORTANTO ESTOU LHE ENVIANDO TAMBÉM O RELATÓRIO DESSA TERCERIA OFICINA OCORRIDA EM PORTO ESPERIDIÃO, ATENDENDO AOS CURSISTAS DESSE MUNICIPIO E TAMBÉM DE GLORIA D'OESTE.(SÃO 22 CURSISTAS QUE ORA SE REUNEN EM GLORIA,ORA EM PORTO)


NA TERCEIRA OFICINA DO GESTAR E PRIMEIRA MINISTRADA POR MIM, ME APRESENTEI AOS CURSISTAS, REALIZAEI UMA DINAMICA E ESCLARECI ALGUMAS DÚVIDAS SOBRE O PROGRAMA, PORTFOLIO E PROJETO. EM SEGUIDA DEMOS INICIO A TERCEIRA OFICINA QUE ERA SOBRE O TP4.ESSA OFICINA TEVE DURAÇÃO DE OITO HORAS E ACONTECEU NO DIA 05/06/2009, NOS PERIODOS MATUTINO E VESPERTINO. ALGUMAS PROFESSORAS SOCIALIZARAM SUAS EXPERIENCIAS, ONDE OS CURSITAS PARTICIPARAM DANDO OPINIÕE E CITANDO FATOS MARCANTES DURANTE A TRANSPOSIÇÃO DIDÁTICA, FOI QUESTIONADO A QUE GENERO TEXTUAL PERTENCIA O TEXTO CIRCUITO FECHADO DE RICARDO RAMOS E TAMBÉM SUGERIDAS VÁRIAS ATIVIDADES A SEREM TRABALHADAS EM SALA DE AULA COM ESSA CRÔNICA. EM SEGUIDA REALIZAMOS A OFICINA ONDE ESTÁ O SENTIDO DO TEXTO,DEPOIS LEMOS E REFLETIMOS O TEXTO FOME E VONTADE DE LER. REALIZAMOS A DINAMICA DO COMPLEMENTO E DISCUTIMOS A IMPORTANCIA DA INTERAÇÃO ENTRE ALUNOS E ALUNOS; PROFESSORES E ALUNOS;FORMADORES,DIRETOR,COORDENADOR E CURSISTAS. FOI TAMBÉM UMA OFICINA MARAVILHOSA, ONDE REUNIU PROFESSORES DA ZONA RURAL E URBANA E PUDERAM ESTAR SOCIALIZANDO ATIVIDADEWS REALIZADAS EM DIFERENTES REALIDADES. OS PROFESSORES CURSISTAS SÃO MUITO DEDICADOS E COMPROMISSADOS, O QUE FACILITA MUITO O TRABALHO DO FORMADOR. PARA ENCERRAR TRABALHAMOS OS DITADOS, REPRESENTADOS COM A LINGUAGEM NÃO-VERBAL, O QUE GEROU UMA DISCUSSÃO MUITO INTERESSANTE SOBRE A LEITURA DE IMAGENS. SEGUE FOTOS DO ENCONTRO.GRANDE ABRAÇO.

RELATORIO DAS OFICINAS DO GESTAR II DE LINGUA PORTUGUESA DO MUNICIPIO DE SÃO JOSÉ DOS QUATRO MARCOS MT
Date: Fri, 12 Jun 2009 18:16:39 +0000

OLÁ PROFESSOR MAURICIO!!!

ESTOU LHE ENVIANDO DOIS RELATÓRIOS DO GESTAR II UM DO DIA 27 DE ABRIL E O OUTRO DO DIA 25 DE MAIO, O PRÓXIMO ACONTECERÁ NO DIA 22 DE JUNHO DE 2009 E SERÁ A TERCEIRA OFICINA DO GESTAR II. NA PRIMEIRA OFICINA REALIZAMOS A DINAMICA QUEM SOU E DEPOIS DE APRESENTAR O PROGRAMA GESTAR II E FALAR UM POUCO DO PORTFÓLIO, INICIAMOS A OFICINA DO GUIA GERAL, ONDE OS PROFESSORES EM GRUPO LEVANTARAM SEUS QUESTIONAMENTOS, ANSEIOS E EXPECTATIVAS EM RELAÇÃO AO PROGRAMA, DEPOIS EM TRIBUNA EXPUSERAM AOS DEMAIS, FAZENDO A SOCIALIZAÇÃO DAS QUESTÕES DISCUTIDAS EM GRUPO. FOI UMA OFICINA MUITO POSITIVA POIS OS PROFESSORES GOSTARAM MUITO DO MATERIAL E DA PROPOSTA DO PROGRAMA. A OFICINA TEVE DURAÇÃO DE OITO HORAS E ENCERRAMOS COM UMA MENSAGEM EM POWER POINT: SER EDUCADOR, ONDE DISCUTIMOS A FUNÇAÕ DO EDUCADOR, ANALISAMOS E REFLETIMOS SOBRE O TEXTO A ARTE DE ENSINAR. FALAMOS UM POUCO TAMBÉM SOBRE A LIÇÃO DE CASA QUE SERIA O ESTUDO DO TP3 E DO ACOMPANHAMENTO E PLANTÃO PEDAGÓGICO.

A SEGUNDA OFICINA TAMBÉM COM DURAÇÃO DE 8 HORAS ACONTECEU NO DIA 25 DE MAIO DE 2009. INICIOU-SE COM UM TEATRINHO APRESENTADO PELOS ALUNOS DA PROFESSORA CURSISTA ROSEMEIRE PERES, A FORMIGA BOA E A FORMIGA MÁ.ONDE EM SEGUIDA FALAMOS SOBRE AS FÁBULAS. LOGO APÓS HOUVE A SOCIALIZAÇÃO DOS CURSISTAS SOBRE O AVANÇANDO NA PRÁTICA, ONDE FOI TROCADAS MUITAS IDEIAS E SUGESTÕES. RELIZAMOS A OFICINA DO TP3 ONDE FOI REALIZADA VÁRIAS ATIVIDADES SOBRE DIVERSOS GÊNEROS TEXTUAIS COMO: POESIA,CARTA (DIVERSAS) REPORTAGEM, ENTREVISTAS, ETC, ESTUDAMOS TAMBÉM O DIALOGISMO ENTRE A NOTICIA E O ARTIGO DE OPINIÃO.NA SEGUNDA PARTE ASSISTIMOS AO FILME NARRADORES DE JAVÉ E DISCUTIMOS A MEMÓRIA E A IMAGINAÇÃO. FOI TAMBÉM UM ENCONTRO ESPECIAL ONDE PROFESSORES (FORMADOR E CURSISTAS) SE INTERAGIRAM DE FORMA POSITIVA, TROCANDO IDÉIAS E EXPERIENCIAS. SEGUE FOTOS DOS ENCONTROS E EM BREVE ESTAREI MANDANDO OS RELATÓRIOS MAIS DETALAHADO PARA AQUELE ENDEREÇO QUE VOCÊ NOS PASSOU. TAMBÉM TENHO UM BLOG http://miltsladeia.blogspot.com ONDE POSTO TUDO O QUE ACONTECE NAS OFICINAS DO GESTAR II. OLHA ALÉM DE FORMADORA DOS CURSISTAS DE SÃO JOSÉ DOS QUATRO MARCOS (25 CURSISTAS), TAMBÉM SOU FORMADORA DOS CURSISTAS DOS MUNICIPIOS DE GLORIA D' OESTE PORTO ESPERIDIÃO, SÃO MUNICIPIOS VIZINHOS E OS CURSISTAS DOS DOIS LUGARES SE REUNEM EM UM SÓ(22 CURSISTAS) ESTAREI LHE MANDANDO UM RELATÓRIO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS COM OS CURSISTAS DESSSES MUNICIPIOS, POIS AS OFICINAS ACONTECEM EM DIAS DIFERENTES POR SER EM OUTRA CIDADE. TENHO UM BLOG DE LÁ TAMBÉM. http://gloriaeporto.blogspot.com MANDE ME DIZER SE ESSE RELATORIO SERVE.OBRIGADA. GRANDE ABRAÇO.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

ENCONTRO DE GRANDE SOCIALIZAÇÃO DE APRENDIZADO




A TERCEIRA OFICINA DO GESTAR II DE LÍNGUA PORTUGUESA, QUE ACONTECEU NO ÚLTIMO DIA 05/06/2009 NO MUNICÍPIO DE PORTO ESPERIDIÃO, COM AS CURSISTAS DE LÁ E DE GLÓRIA D'OESTE FOI DE GRANDE VALOR. ADOREI O RELATO DA PRÁTICA PEDAGÓGICA DE CADA CURSISTA E SENTI-ME MUITO BEM RECEPCIONADA.PARABÉNS A TODAS E MUITO OBRIGADA. ATÉ A PRÓXIMA OFICINA.







OFICINA DO DIA 05/06/2009






















SUGESTÃO PARA TRABALHAR A CRÔNICA CIRCUITO FECHADO DO TP4
1- Pesquise o significado da palavra circuito e explique o título escolhido para o texto:

2 - Com base na leitura, responda às perguntas:

a) O personagem é homem ou mulher? Como você concluiu isso?
b)Qual é a possível profissão dessa pessoa? Justifique:
c)Em que cidade poderia morar?
d)Se você tivesse de dar um Observando a maioria das palavras do texto e aplicando seus conhecimentos sobre classes de palavras, você as classificaria em: artigos, substantivos, adjetivos,pronomes ou verbos? Por que?

3- O que você acha de o autor ter escolhido basicamente essa classe de palavras para construir o texto?

4- No texto aparecem os substantivos: mictório, caso, pia. Eles fazem parte do mesmo ambiente. Você conhece outros substantivos que sejam sinônimos desses? Qual é o mais usado em sua região?

5- Pela leitura do texto, percebe-se que esse personagem possui um vício muito prejudicial à saúde. Que vício é esse? O que você teria a dizer para essa pessoa?

6- Faça um texto, em seu caderno, sobre o seu dia-a-dia usando o mesmo recurso que o autor utilizou, ou seja, com uso intenso de substantivos, e leia-o para a turma.
nome ao personagem do texto, qual escolheria?
7- Reproduza o texto acrescentando elementos de ligação e verbos:

CRÔNICA: CIRCUITO FECHADO


Você provavelmente está acostumado a ver a palavra texto. Mas sabe qual o seu conceito? Para entendê-lo, pense nas duas seguintes situações:

*Alfredina Nery

1) Você foi visitar um amigo que está hospitalizado e, pelos corredores, você vê placas com a palavra "Silêncio".
2) Você está andando por uma rua, a pé, e vê um pedaço de papel, jogado no chão, onde está escrito "Ouro".

Em qual das situações uma única palavra pode constituir um texto?

Na situação 1, a palavra "Silêncio" está dentro de um contexto significativo por meio do qual as pessoas interagem: você, como leitor das placas, e os administradores do hospital, que têm a intenção de comunicar a necessidade de haver silêncio naquele ambiente. Assim, a palavra "Silêncio" é um texto.

Na situação 2, a palavra "Ouro" não é um texto. É apenas um pedaço de papel encontrado na rua por alguém. A palavra "Ouro", na circunstância em que está, quer dizer o quê? Não há como saber.

Mas e se a palavra "Ouro" estiver escrita em um cartaz pendurado nas costas de um daqueles homens que ficam nas esquinas do centro das cidades grandes que anunciam a compra de ouro? Aí sim, nessa situação, a palavra "Ouro" constitui um texto, porque se encontra num contexto significativo em que alguém quer dizer algo para outra pessoa (no caso, vender/comprar ouro) e, então anuncia isso.

Texto é, então, uma seqüência verbal (palavras), oral ou escrita, que forma um todo que tem sentido para um determinado grupo de pessoas em uma determinada situação.

O texto pode ter uma extensão variável: uma palavra, uma frase ou um conjunto maior de enunciados, mas ele obrigatoriamente necessita de um contexto significativo para existir.

Constituindo sentidos
Agora, Leia o texto a seguir de modo a aprofundar ainda mais o conceito de "texto".

Circuito FechadoChinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova, creme dental, água, espuma, creme de barbear, pincel, espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água fria, água quente, toalha. Creme para cabelo; pente. Cueca, camisa, abotoaduras, calça, meias, sapatos, gravata, paletó. Carteira, níqueis, documentos, caneta, chaves, lenço, relógio, maços de cigarros, caixa de fósforos. Jornal. Mesa, cadeiras, xícara e pires, prato, bule, talheres, guardanapos. Quadros. Pasta, carro. Cigarro, fósforo. Mesa e poltrona, cadeira, cinzeiro, papéis, telefone, agenda, copo com lápis, canetas, blocos de notas, espátula, pastas, caixas de entrada, de saída, vaso com plantas, quadros, papéis, cigarro, fósforo. Bandeja, xícara pequena. Cigarro e fósforo. Papéis, telefone, relatórios, cartas, notas, vales, cheques, memorandos, bilhetes, telefone, papéis. Relógio. Mesa, cavalete, cinzeiros, cadeiras, esboços de anúncios, fotos, cigarro, fósforo, bloco de papel, caneta, projetos de filmes, xícara, cartaz, lápis, cigarro, fósforo, quadro-negro, giz, papel. Mictório, pia, água. Táxi. Mesa, toalha, cadeiras, copos, pratos, talheres, garrafa, guardanapo, xícara. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Escova de dentes, pasta, água. Mesa e poltrona, papéis, telefone, revista, copo de papel, cigarro, fósforo, telefone interno, externo, papéis, prova de anúncio, caneta e papel, relógio, papel, pasta, cigarro, fósforo, papel e caneta, telefone, caneta e papel, telefone, papéis, folheto, xícara, jornal, cigarro, fósforo, papel e caneta. Carro. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Paletó, gravata. Poltrona, copo, revista. Quadros. Mesa, cadeiras, pratos, talheres, copos, guardanapos. Xícaras, cigarro e fósforo. Poltrona, livro. Cigarro e fósforo. Televisor, poltrona. Cigarro e fósforo. Abotoaduras, camisa, sapatos, meias, calça, cueca, pijama, espuma, água. Chinelos. Coberta, cama, travesseiro.


(Ricardo Ramos)
Você considera que em "Circuito fechado" há apenas uma série de palavras soltas? Ou se
trata de um texto? Por quê?

Na verdade, trata-se de um texto. Apesar de haver palavras, aparentemente, sem relação, numa primeira leitura, é possível dizer, depois de outra leitura mais atenta, que há uma articulação entre elas.

Vamos pensar mais sobre isso... Em "Circuito fechado" há, quase que exclusivamente, substantivos (nomes de entidades cognitivas e/ou culturais, como "homem", "livro", "inteligência" ou palavras que designam ou nomeiam os seres e as coisas).

Verifique que pela escolha dos substantivos e pela seqüência em que são usados, o leitor pode ir descobrindo um significado implícito, um elemento que as une e relaciona, formando o texto.

Podemos dizer que este texto se refere a um dia na vida de um homem comum. Quais palavras e que seqüência nos indicam isso?

Note que no início do texto, há substantivos relacionados a hábitos rotineiros, como levantar, ir ao banheiro, lavar o rosto, escovar dentes, fazer barba (para os homens), tomar banho, vestir-se e tomar café da manhã.




“Chinelos, vaso, descarga. Pia. Sabonete. Água. Escova, creme dental, água, espuma, creme de barbear, pincel, espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água fria, água quente, toalha. Creme para cabelo, pente. Cueca, camisa, abotoaduras, calça, meias, sapatos, gravata, paletó. Carteira, níqueis, documentos, caneta, chaves, lenço, relógio, maço de cigarros, caixa de fósforos.”

Já no final do texto, há o voltar para casa, comer, ler livro, ver televisão, fumar, tirar a roupa, tomar banho/escovar dentes, colocar pijama e dormir.



“Carro. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Paletó, gravata. Poltrona, copo, revista. Quadros. Mesa, cadeiras, pratos, talheres, copos, guardanapos. Xícaras, cigarro e fósforos. Poltrona, livro. Cigarro e fósforo. Televisor, poltrona. Cigarro e fósforo. Abotoaduras, camisa, sapatos, meias, calça, cueca, pijama, espuma, água. Chinelos. Coberta, cama, travesseiro.”

Descobrimos que a personagem é um homem também pela escolha dos substantivos. Parece que sua profissão pode estar relacionada à publicidade.



“Creme de barbear, pincel, espuma, gilete [...] cueca, camisa, abotoadura, calça, meia, sapatos, gravata, paletó [...] Mesa e poltrona, cadeira, cinzeiro, papéis, telefone, agenda, copo com lápis, canetas, blocos de notas, espátula, pastas, caixas de entrada, de saída [...] Papéis, telefone, relatórios, cartas, notas, vales, cheques, memorandos, bilhetes [...] Mesa, cavalete, cinzeiros, cadeiras, esboços de anúncios, fotos, cigarro, fósforo, bloco de papel, caneta, projetos de filmes, xícara, cartaz, lápis, cigarro, fósforo, quadro-negro, giz, papel.”


Também ficamos sabendo que na casa da personagem há quadros, pois o narrador usa a palavra duas vezes: no momento do café e na volta para casa. No escritório há "Relógio". Escolha intencional do autor, talvez para relacionar relógio e trabalho, trabalho e rotina.

Depreendemos que o homem é um grande fumante, basicamente, pelo número de vezes em que o narrador fala desse hábito, em vários momentos do dia da personagem: 14 vezes. Além disso, é interessante notar como há sempre a referência à dupla "cigarro e fósforo".

A palavra que explicita o início da ação do homem, ou da atuação da personagem, num dia de sua rotina é "chinelos", usada no início do texto para mostrar o momento do acordar/levantar e depois a hora de dormir.

Há também uma marcação de mudança de espaço, por meio dos termos "carro", usado como que mostrando o horário de sair de manhã e a volta para casa, à noite. No meio do texto há também o uso de um "táxi", provavelmente uma saída do trabalho: um almoço? Um jantar? Uma visita a um cliente?

Enfim, "Circuito fechado" é uma crônica - um texto narrativo curto, cujo tema é o cotidiano e que leva o leitor a refletir sobre a vida. Usando somente substantivos, o autor do texto produziu um texto que termina onde começou. Essa estrutura circular tem relação com o título ("Circuito fechado") e com os dias atuais? Sem dúvida nenhuma, podemos compreender suas relações, não é mesmo? O cotidiano repete-se, fecha-se em si mesmo a cada dia. Rotinas...

Para você pensar
Você sabia que o conceito de texto não se limita à linguagem verbal (palavras)? O texto pode ter várias dimensões, como o texto cinematográfico, o teatral, o coreográfico (dança e música), o pictórico (pintura), etc. Leia a reprodução de um famoso quadro de Van Gogh chamado "Noite estrelada". Atente para suas linhas, suas cores, sua perspectiva. Fazendo isso, você começa a lê-lo...

*Alfredina Nery é professora universitária, consultora pedagógica e docente de cursos de formação continuada para professores na área de língua, linguagem e leitura.

Análise da crônica Circuito Fechado
A crônica Circuito Fechado é um texto narrativo curto, cujo tema é o cotidiano. É um texto só de palavras, na qual você tem que deduzir aquilo que o autor quer dizer. Pode-se deduzir que se trata da rotina de alguém desde que acorda até a hora em que volta para a cama à noite. É um texto interessante, pois nos leva a analisar a mensagem que o autor quer nos passar.

CIRCUITO FECHADO - Ricardo Ramos

CIRCUITO FECHADO


“Ter haver. Uma sombra no chão... Um silêncio por dentro, que olha e lembra, quando se engarrafam o trânsito, os dias, as pessoas... Um cartão de identidade cinzento e uma assinatura floreada, só ela. Um lugar à mesa. Uma tristeza, um espanto, as cartas do baralho, passado, presente e futuro , onde estão? Uma resposta adiada. Uma vida em rascunho, sem tempo de passar a limpo.” (Circuito Fechado 4)
Ricardo Ramos

Ricardo Ramos nasceu em Palmeira dos Índios, em 1929, ano em que o pai Graciliano Ramos exercia a função de prefeito. Formado em Direito, destacou-se como homem da propaganda, professor de comunicação, jornalista e escritor em São Paulo.
Sua obra literária é extensa: contos, romances e novelas, e representa, com destaque, a prosa contemporânea da literatura brasileira.
O autor ressaltava a importância de ser íntimo do personagem, de conhecer a sua verdade. Considerava que era apenas um intérprete da vida que vivia e do mundo que compreendia - inventava um pouco, mas com base na realidade. As referências pré-conscientes da conduta cotidiana constituem a fonte para elaboração dos seus textos literários.
“Carteira, níqueis, documentos, caneta, chaves, lenço, relógio, maço de cigarros, caixa de fósforos. Jornal. Mesa, cadeiras, xícara e pires, prato, bule, talheres, guardanapo. Quadros. Pasta, carro. Cigarro, fósforo. Mesa e poltrona, cadeira, cinzeiro, papéis, telefone, agenda, copo com lápis, canetas, blocos de notas, espátula, pastas, caixas de entrada, de saída, vaso com plantas, quadros, papéis, cigarro, fósforo.”(Circuito Fechado 1).
Os contos da obra Circuito Fechado surpreendem desde o primeiro, quando a narrativa é composta somente por substantivos e retratam, sem a presença de sujeitos, ações ou adjetivos, fielmente o cotidiano.
“Não. Não foi o belo, quase nunca, nem ao menos o bonito, porque tudo se veio esgarçando em rotina, sombra com vazio... Não foi o momento certo, a maior parte aconteceu de repente, ou cedo, ou tarde, afinal não se repetiu... Não foi o amor, a certeza, o amanhã, foram as palavras que representam, a idéia de, o conceito, enfim a sua redução. Não foi pouco nem muito, foi igual. Não foi sempre, nem faltou, foi mais às vezes. Não foi o que, foi como, e onde, e quando. Não, não foi.” (Circuito 5).
A vida em círculos. Caminhos que se entrelaçam e se fecham em acomodadas estruturas. Escrever o próprio enredo com o descompromisso de um rascunho, com a insatisfação de não ter tempo para passar a limpo. A originalidade que se perde nos substantivos cotidianos, na inconstância dos tempos, nas sombras...
O espelho de nosso narcisismo não se restringe à imagem, abrange conceitos, palavras... E eis que, narcisos, estamos presos à imagem do lago, também um circuito fechado, ouvindo a repetição de nosso pensamento, sem conseguir surpreender e nos libertar da corrente da rotina, da transmissão de inexpressivos atos reduzidos.
Há a sombra que imortaliza o objeto... Há a literatura que amadurece o pensamento e alerta o leitor para a continuidade de sua trajetória... Ricardo Ramos, em Circuito fechado, mostra um mundo a ser desbravado, mostra a necessidade de criar a linguagem nas entrelinhas com originalidade, para que no final do conto, o leitor possa interpretar e finalizar com outras palavras: Não foi a redução, foi a realização de um presente. Foi a sombra da percepção do ser e da sua extensão. Sim! Foi a obra possível.
A vida nos obriga ao enquadramento nas trajetórias sociais, devemos cumprir nossas obrigações cotidianas, sem esquecer que, após o circuito fechado, existe a nossa privacidade com todas as conquistas que conseguimos quando nos libertamos da pobre substantivação do ser e nos tornamos sujeitos ativos de ações criativas e adjetivados com expressões de personalidade.
Pela janela, observamos a natureza. A inconsciência e a insubordinação de alguns animais os libertam da previsibilidade. Talvez, a racionalidade, alicerçada em bases sólidas, possa servir de inspiração para sonhos ou metáforas. A letra do músico e compositor Renato Teixeira – Cavalo bravo – mostra, sem circuito de palavras, o outro lado do circuito fechado, o outro caminho que precisamos de coragem para arriscar...

“Olhando o cavalo bravo no seu livre cavalgar, passou-me pela cabeça, uma vontade louca de também ir para o cavalgar... Coração atrevido, pernas de curioso, olhos de bem-te-vi, ouvidos de boi manhoso, e lá vou eu mundo a fora. montado em meu próprio dorso...”
Renato Teixeira
Helena Sut

TERCEIRA OFICINA DO GESTAR II DE LINGUA PORTUGUESA DE GLÓRIA E PORTO - 05/06/2009




DISCUSSÃO SOBRE QUAL O GÊNERO TEXTUAL DO TEXTO CIRCUITO FECHAOD DE RICARDO RAMOS.

OFICINA DO TP4 COM AS CURSISTA DO GESTAR II DE LINGUA PORTUGUESA DE GLÓRIA D'OESTE E PORTO ESPERIDIÃO- MT




SOCIALIZAÇÃO DA TRANSPOSIÇÃO DIDÁTICA DO TP4, EM SALA DE AULA. ASPECTOS POSITIVOS, NEGATIVOS E RESULTADOS.